Depressão Na Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung

Antônio Máspoli de Araújo Gomes

Todo psicoterapeuta não só tem o seu método: ele próprio é esse método.

Ars totum requirit hominem’ diz um velho mestre. O grande fator de cura, na psicoterapia, é a personalidade do médico – esta não é dada a priori; conquista-se com muito esforço, mas não é um esquema doutrinário. As teorias são inevitáveis, mas não passam de meios auxiliares.”1

Depressão na Perspectiva de Carl Gustav Jung

Para Jung a personalidade é uma dimensão psíquica do ser humano em sua totalidade. Essa totalidade envolve tanto fenômenos conscientes quanto inconscientes. Para ele, a Psicologia tem como objeto a psique. Um dos pontos fundamentais é a ideia de que o inconsciente não é um simples depositário de experiências passadas, desejos ou instintos reprimidos. Ele também é criativo, quer dizer, pode conter a base de futuras situações psíquicas e ideias novas. O inconsciente é uma parte tão vital e real da psique quanto a consciência e o Ego.

Em sua profícua experiência clínica, Jung percebeu que o inconsciente se transforma e provoca mutações. Este desenvolvimento psíquico chamado de “processo de individuação” é um crescimento em direção ao “si mesmo” (self), a expressão da totalidade psíquica. Por meio de sua consciência, o homem pode participar ativamente de seu desenvolvimento. Desse modo, do confronto e do relacionamento entre consciente e inconsciente, vai surgindo uma personalidade amadurecida, fruto de uma síntese cada vez maior.

O termo libido é um dos construtos teóricos basilares da teoria psicanalítica. Inicialmente concebido por Freud como uma pulsão, instinto ou energia de natureza eminentemente sexual, uma força instintiva específica, este conceito foi, posteriormente, reformulado para incluir em sua definição duas pulsões vitais: eros e tanatos. Eros seria a energia ou princípio da vida e tanatos pulsão de morte. No entanto, mesmo com esta modificação, não há dúvida entre os freudianos e neofreudinaos de que a libido é uma energia de natureza puramente sexual.

Jung, contudo, rompe com a concepção pansexualista de Freud, com a publicação da obra Wandlungen und Symbole der Libido (Transformações e Símbolos da Libido2), publicada em 1911/1912. Nesta pesquisa ele expõe o curso do desenvolvimento da libido na evolução da esquizofrenia, desde a sua etiologia até a dissociação completa. Jung ampliou o conceito de libido para designar a energia psíquica, em geral presente em toda a natureza. A elasticidade deste conceito compreende não apenas a energia do psiquismo humano, inclusive aquela de natureza sexual, mas abarca também a própria energia do universo, a alma mundi.

Como conceito aplicado de energia logo se hipostasia nas forças (os instintos, os afetos e outros processos dinâmicos), o seu caráter concreto pode ser expresso adequadamente, a meu ver, pelo vocábulo libido, pois concepções semelhantes se utilizaram de denominações parecidas, desde tempos remotos, tais como a vontade de Schopenhauer, a arque de Aristóteles, o eros de Platão, o amor e o ódio dos elementos de Empédocles ou élan vital de Bérgson3. (JUNG, 1998, p. 28).

Esta nova concepção de libido rompe com o pansexualismo freudiano e inaugura o panpsiquismo que dominará a psicologia analítica em uma perspectiva pan-energética. O novo conceito de libido formulado por Jung, em 1912, calcado no neoplatonismo e no idealismo alemão, abrange todos os fenômenos de natureza energética existente no universo. Desta energia Jung deriva os conteúdos da bioenergia ou energia vital. Esta seria a base da energia psíquica que circula pelo sistema nervoso central e periférico.

O conceito de energia vital, entretanto, nada tem a ver com uma denominada força vital, pois, enquanto força, esta nada mais seria do que a forma específica de uma energia universal e, deste modo, estaria eliminada a pretensão a uma bioenergética, em oposição a uma energética física, sem se reparar no abismo, até agora então preenchido, entre o processo psíquico e o processo vital. Propus que a energia vital hipoteticamente admitida fosse chamada libido, tendo em vista o emprego que tencionamos fazer dela em psicologia, diferenciando-a, assim, de um conceito de energia universal, conservando-lhe, por conseqüência, o direito especial de formar seus conceitos próprios. Fazendo isso, não tenho a menor intenção de adiantar-me dos que trabalham no campo da bioenergética, mas tão somente dizer-lhes com toda a franqueza que empreguei o termo libido em vista do uso que dele faremos em nosso estudo. Para seu uso, esses estudiosos poderão propor, se o quiserem, os termos bioenergia ou energia vital4. (JUNG, 1998, p. 16).

Com esta reformulação do conceito de libido, estava posto o machado à raiz da árvore pansexualista. A libido não se aplica somente aos conteúdos de natureza puramente sexual, amplia-se para incluir todos os aspectos da natureza humana: a mente, o corpo, a linguagem, a sexualidade, a alimentação, o mito, a religião, a arte, os jogos, o trabalho, o amor, o ódio, a doença (inclusive a depressão), e todas aquelas atividades humanas ligadas à cultura. O materialismo freudiano não poderia admitir esse novo postulado e o rompimento entre Freud e Jung estava consumado.

Ao perceber no Id o instinto de individuação que busca a totalidade, a criatividade de Jung transbordou a moldura materialista pansexual da psicanálise. Em 1912, Jung publicou o livro Símbolos de Transformações, no qual expandiu o conceito de libido para torná-lo sinônimo de energia psíquica, expressão de todo e qualquer símbolo, e não somente da sexualidade. Significativamente, o último capítulo desse livro intitula-se O sacrifício, onde Jung demonstra que a transição de um símbolo para outro é uma vivência que inclui a perda emocional do que passou. Como grande intuitivo que era, Jung certamente previu que sua nova concepção da libido seria incompatível com a presidência da Sociedade Psicanalítica Internacional e, pior ainda, com sua filitude científica de Freud. O inevitável aconteceu. O filho cresceu mais que o pai, daí em diante caminhou sozinho para fundar sua própria psicologia analítica, centrada na realização arquetípica da personalidade5. (BYINGTON, 2005, p. 8).

BIRMAN6 (2006) aponta outros aspectos responsáveis pelo rompimento entre Freud e Jung: a rivalidade científica entre os dois; a concepção junguiana sobre o delírio na esquizofrenia como transformação da libido e não somente como expressão da sexualidade proposta por Freud; as críticas de Jung ao método psicanalítico da livre associação verbal que, segundo este, levaria à dissociação e não à cura e ao conceito de libido. Este pesquisador, contudo, sustenta com BYINGTON7 (2006), que afirma que no epicentro da cisão entre Freud e Jung existe uma questão epistemológica: Freud era filosoficamente materialista, portanto, ligado à tradição aristotélica e Jung, idealista, neoplatônico.

Freud construiu sua teoria sobre o pressuposto aristotélico que prefigurava a mente humana como uma tabula rasa. Este conceito encontra-se na base da conceituação do inconsciente freudiano que, em linhas gerais, não passava de uma espécie de quarto de despejo para o repositório das repressões sexuais infantis ocorridas antes da dissolução do Complexo de Édipo. Jung, por seu turno, construiu sua teoria sobre o edifício platônico e agostiniano dos arquétipos, que reafirmava em nível psicológico a possibilidade do conhecimento a priori.

Jung concebeu a psique como um sistema autorregulador da libido, o qual tende sempre para o equilíbrio dinâmico entre os opostos. Esse equilíbrio provém das profundezas ocultas do inconsciente, que luta terapeuticamente para restaurar o equilíbrio energético do sistema. Por exemplo, quando a vida consciente de um sujeito é dirigida pela inflação da atividade racionalista e intelectual, o inconsciente pessoal entra em cena, liberando conteúdos intuitivos, sentimentais, e ou emocionais, por meio de devaneios, sonhos, pesadelos, fantasias, paixões desenfreadas e, até mesmo, a depressão para reequilibrar o sistema.

O princípio da entropia só nos é conhecido como princípio, na experiência, a partir de processos parciais que constituem um sistema relativamente fechado. A psique pode ser considerada também como um destes sistemas relativamente fechados. As transformações de sua energia também nos levam a um processo de nivelamento entre as diferenças que, no dizer de Boltzmann, passam de um estado improvável a um estado provável. Isto, entretanto, reduz cada vez mais a possibilidade de uma modificação posterior. Observamos este processo, por exemplo, no desenvolvimento de uma atitude relativamente permanente e relativamente inalterável. Depois de oscilações inicialmente violentas, os opostos tendem a equilibrar-se e surge pouco a pouco uma nova atitude cuja estabilidade subsequentemente será tanto maior, quanto mais acentuadas tiverem sido as diferenças iniciais. E quanto mais forte for a tensão entre os opostos, tanto maior será a quantidade de energia daí resultante, e quanto maior for esta energia, tanto mais intensa será a força de atração consteladora. A uma atração mais forte corresponde uma amplidão maior do material constelado, e quanto mais extensa for essa amplidão, tanto mais reduzida se torna a possibilidade de distúrbios posteriores que não podem originar-se de diferenças relativas ao material não constelado precedentemente. Esta é a razão pela qual a atitude resultante de um nivelamento é particularmente duradoura8. (JUNG, 1998, p. 24-25)

A via-régia para a exploração do inconsciente na Psicanálise e na Psicologia Analítica é o sonho. Jung acrescentou ainda os devaneios, os sonhos acordados, as fantasias, a linguagem simbólica, o trabalho, a arte e a religião. Ele admite a existência de vivências especiais, chamadas revelações, nas quais subitamente, e quase com força alucinatória, aparece ante o indivíduo uma imagem – ou uma ideia – totalmente desligada da corrente habitual do pensamento. A estes conteúdos psíquicos Jung denominou arquétipos. Os arquétipos, segundo sua classificação, pertencem à psique subjetiva em oposição à psique objetiva do ego. Os arquétipos admitem vários significados simbólicos e adquirem com frequência nos sonhos um caráter essencialmente profético.

A psique compreende, para Jung, tanto o consciente quanto o inconsciente. Sendo que o Ego não é equivalente à consciência, mas seu ponto de referência e, consequentemente, o sujeito de todas as adaptações do sujeito ao meio. O inconsciente, por sua vez, representa tudo aquilo que não conhecemos e, portanto, não relacionado ao Ego. A compreensão da personalidade como um fenômeno total não coincide somente com o Ego ou com a personalidade consciente. É uma entidade que precisa ser distinguida destes, o que Jung chamou de self.

O Ego se estrutura a partir do inconsciente, diferenciando-se e sempre se modificando durante a vida do indivíduo; jamais pode ser compreendido como um produto acabado. Portanto, o Ego deve ser compreendido como algo individual. Dentro do campo da consciência, o Ego possui vontade livre. Mas, do mesmo modo que nem sempre temos controle sobre os eventos externos, o inconsciente age sobre o Ego, diante do qual nossa vontade pode fazer muito pouco. É o que acontece em sonhos e fantasias, por exemplo.

Do ponto de vista da psicologia da consciência, o inconsciente pode ser dividido em três grupos: a) conteúdos facilmente acessíveis à consciência; b) conteúdos inconscientes não acessíveis voluntariamente; c) conteúdos inconscientes que não são capazes de se tornarem conscientes.

Já do ponto de vista da psicologia da personalidade total (self), Jung estabelece outra divisão: a) uma psique extraconsciente, cujos conteúdos são pessoais; b) uma psique extraconsciente, cujos conteúdos são impessoais e coletivos.

Os conteúdos impessoais e coletivos são baseados na alta probabilidade da similaridade geral dos processos psíquicos, assim como o instinto é uma manifestação parcial de um substrato instintivo, comum a todos os indivíduos. Todos esses complexos formam o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo.

Inconsciente pessoal − O inconsciente pessoal corresponde a traços de acontecimentos esquecidos e aqueles que não atingem a consciência por não possuírem energia suficiente ou por não estarem corretamente diferenciados. A maior parte deste conteúdo é rejeitada pela consciência por estar em desacordo com ideais e atitudes morais conscientes. Os conteúdos inconscientes formam então os complexos.

Para Jung, os complexos originam-se de conflitos ou traumas. Devido a esse conflito, um determinado conteúdo é separado do Ego e da consciência, permanecendo no inconsciente e nele fazendo inúmeras relações com conteúdos afins, formando uma entidade psíquica. Independentemente da vontade do Ego, essas entidades aparecem e desaparecem e podem surgir na consciência causando perturbações verbais, excitação, fantasia, transtornos somáticos, depressões etc. Quanto maior a autonomia do complexo, maior será a sua tendência a se personificar. É o caso de algumas psicoses em que a pessoa ouve vozes. O complexo, todavia, nem sempre é patológico. Sua existência indica que algo está dissociado, mas pode ser integrado e abrir alternativas de realização. O que o torna patológico é seu grau de domínio intenso sobre a consciência, sua autonomia.

Inconsciente coletivo − Inconsciente coletivo é uma identidade anatômica e fisiológica existente entre os homens, independentemente das diferenças raciais, sexuais, culturais e individuais. Assim, do mesmo modo que herdamos padrões físicos, herdamos padrões de estruturação da personalidade, nas diferentes etapas da vida.

Jung chamou esses padrões de arquétipos. Entretanto, o arquétipo não é uma imagem ou ideia inata, mas antes uma possibilidade herdada que se traduz em imagens, a partir da interação com o ambiente. O arquétipo pode variar muito em detalhe sem perder seu modelo básico. Isso nos permite compreender porque em épocas e lugares diferentes aparecem temas idênticos. Além disso, por causa dos arquétipos, o inconsciente tem uma função potencialmente reguladora.

O conteúdo inconsciente não é só formado por arquétipos, mas também por uma dimensão pessoal. Na sua prática clínica, Jung considerava que havia, normalmente, uma primeira fase da análise que girava mais em torno de problemas pessoais. Só em um segundo momento o paciente entrava em contato com os problemas mais impessoais, aqueles que afetam a humanidade.

Relação consciente – inconsciente – funções do inconsciente − Para Jung, tanto o consciente quanto o inconsciente agem de modo compensatório. Isto porque ambos se completam mutuamente e não se opõem. Foi por meio do estudo dos sonhos que Jung explicou melhor as funções do inconsciente e suas relações com a consciência. Os sonhos seriam uma representação, sob a forma simbólica, da situação do inconsciente. Sua função é de estabelecer o equilíbrio psicológico, ou seja, ao mesmo tempo em que compensa a unilateralidade da consciência, também pode advertir sobre os perigos desta atitude. Assim, para Jung, “um sonho é a melhor interpretação de si mesmo”, contrariando a psicanálise, que considera o sonho como uma realização disfarçada de um desejo.

Para uma melhor compreensão do sonho, devemos partir de dois pontos de vista: a sua causalidade e a sua finalidade. A causalidade visa descobrir as origens da manifestação inconsciente, o porquê, a partir de suas diferentes partes. Já a finalidade busca descobrir o para que do sonho. Esta abordagem pressupõe um ponto de vista teleológico.

A abordagem da depressão a partir da psicologia analítica começa com uma simples descrição do estado depressivo: o paciente neste caso não se encontra apenas triste; se, em meio a tristeza, perdeu a esperança, está deprimido. Carl Gustav Jung9 adota uma explicação da depressão considerando seus aspectos redutivos, negativos, bem como seus aspectos progressivos, positivos. Em relação ao primeiro, ele segue a interpretação freudiana segundo a qual, de um lado, a psicogênese da depressão deve ser rastreada nas experiências da primeira metade da vida, nas experiências infantis de separação ou perda da figura materna, nas experiências de privação afetiva. Nesse primeiro movimento, por um mecanismo de introjeção, o sujeito volta à energia psíquica contra si mesmo. A libido passa a ser consumida na melancolia. Todo o medo, toda a angústia, todo o sofrimento provocado pela perda do objeto amado volta-se contra o self.

O primeiro passo no tratamento é consultar o médico, que irá estabelecer as causas bioquímicas. O médico precisa reconhecer os sintomas e saber por quanto tempo você tem se sentido deprimido. A visita pode incluir um exame físico e testes laboratoriais. Assim, os problemas físicos podem ser descartados, e o médico poderá fazer um plano de tratamento efetivo. Atendimento médico, medicação antidepressiva, psicoterapia, apoio da família e amigos são meios eficazes no tratamento. Orientação, entendimento e cuidados nas dosagens das medicações são os passos fundamentais. Seu médico e ou psicólogo poderá fazer algumas perguntas, tais como: Alguém em sua família sofre de depressão? Você está tomando algum medicamento? Você sofreu alguma alteração ou perda importante em sua vida? Você tem tido alterações no sono ou no apetite? Você tem pensado em morte ou suicídio? Você tem dificuldade de se concentrar no trabalho? Você tem sentido mudanças no desejo sexual?

O paciente se sente fraco, talvez a ponto de o sentimento de fraqueza física persistir, apesar da ausência de desequilíbrio físico. Sente que não consegue se concentrar e atribui o fato ao início da senilidade. Ademais, existe a falta de força de vontade e iniciativa. Claramente a energia foi retirada da consciência ativa; ela foi desviada para o inconsciente.

Existe a insônia. O contato entre a consciência e o inconsciente é perturbado, o que significa, em outras palavras, que a transição natural do estado consciente para o inconsciente se torna difícil.

Podem ocorrer distúrbios metabólicos (do fígado, ou, em alguns casos, do metabolismo do açúcar), indicando a presença de considerável afeto associado à depressão.

As tendências suicidas mostram a necessidade de mudança fundamental. O estado existente de coisas precisa desaparecer para que algo novo possa tomar seu lugar. Trata-se da ideia gotheana de “Strib und werde!” (Morra e renasça!) Mas a pessoa deprimida só enxerga a primeira parte da frase10.

Jung11 postula que a doença mental é a melhor condição da mente humana diante da realidade. A mente adoece para preservar sua própria psique, sua própria sobrevivência. A depressão está ligada à regressão em seus aspectos regenerativos e enriquecedores. A energia psíquica volta-se para o próprio indivíduo em um processo forçado de introversão. A energia introjetada que permanece represada precisa ser consumida no sofrimento, na dor, na angústia e, até mesmo, na apatia.

Em relação ao segundo movimento, Jung adota um modelo do sistema psíquico como um sistema entrópico, no qual a energia deveria ser distribuída por todo sistema nervoso central de forma equânime. Nem sempre a depressão é encarada como uma enfermidade. No mais das vezes, é o melhor estado da mente humana diante de situações estressantes. Ante a possibilidade de desorganização mental, a psique opta pela depressão.

Antes de encaminhar o paciente que se queixa de depressão para o tratamento psicoterápico, é necessário fazer um diagnóstico diferencial médico-psiquiátrico.

É desnecessário dizer que a natureza psicológica das constatações de natureza psicológica não nos exime do dever de realizar um diagnóstico médico diferencial, visto que a doença física pode começar com sintomas depressivos. As moléstias a serem consideradas neste contexto são a nefrite com suburemia, a diabetes melitus, doenças cardíacas, envenenamento por bissulfeto de carbono, e outros distúrbios tóxicos; há também as doenças neuro-orgânicas incipientes, como a arteriosclerose, o mal de Parkinson, o tumor cerebral, ou a esclerose múltipla12.

A lista de doenças é imensa. Pode se acrescentar o hipotireoidismo e outras. O tratamento da doença física, todavia, não é garantia de cura para a depressão. A cura da doença física não comprova que a depressão observada não tinha aspectos puramente psicológicos. Às vezes a depressão é a ponta do iceberg de problemas psicológicos mais profundos.

Essas depressões frequentemente têm origem dual, por assim dizer. Sob a pressão de um distúrbio físico, pode vir à tona que havia muita coisa psicologicamente errada com o paciente; o distúrbio físico provocou a descompensação de uma psique que estava longe de estar estável. O desaparecimento do distúrbio físico, então, conduz a renovada compensação da psique, o que não significa, contudo, que tudo está psicologicamente como deveria estar. Uma atitude psicológica iria exigir, portanto, que, apesar dos componentes físicos, os sintomas depressivos que se apresentavam devem ser cuidadosamente anotados e seus conteúdos levados a sério13.

Na depressão a força muscular diminui, pois os músculos não mais comportam tônus algum. O peristaltismo intestinal fica reduzido; o rendimento cardíaco permanece comprometido e a sexualidade diminui.

2. Estratégias de Tratamento da Depressão

Adrew Solomom na obra O demônio do meio dia, uma anatomia da depressão, lista inúmeras formas de tratamentos existentes. Os quais serão tratados a seguir.

O século XX, marcado pelo cientificismo, foi palco do antagonismo entre a fé e a razão, a religião e a ciência. A psiquiatria, e mesmo a psicologia, considerava a intervenção religiosa sobre a depressão com certa desconfiança. Esse quadro está em rápida mudança. O tratamento da depressão, atualmente, recomenda a utilização de algumas estratégias conjugadas: a) O tratamento médico psiquiátrico; b) Os fármacos antidepressivos; c)Tratamento Psicoterápico d) A depressão numa pastoral de solidariedade: uma contribuição para uma visão bíblica da depressão

a) O tratamento médico psiquiátrico. Sobre o tratamento médico psiquiátrico, recomendamos voltar ao primeiro capítulo deste livro, escrito pelo Dr. Pérsio Gomes de Deus14.

A depressão é uma doença a não subestimar, mas que se pode tratar com ótimos resultados, recorrendo aos meios mais seguros e eficazes. O diagnóstico de depressão é, de fato, um primeiro passo ao qual se deve seguir a identificação exata do tipo de depressão e a reconstrução da história do doente, a fim de que o problema seja devidamente enquadrado. Só quando o médico está na posse desses dados pode prescrever o tratamento.

Para estabelecer com a máxima precisão o tipo e o grau de depressão, os especialistas dispõem de diversas escalas que, na prática, são questionários aos quais os doentes têm de responder. Com base na pontuação e na interpretação das respostas pelo médico, será então possível obter indicações úteis sobre a gravidade da doença e selecionar o tipo de terapêutica.
Atualmente, a solução ideal prevê a associação da psicoterapia aos psicofármacos, qualidade de vida e orientação espiritual. Em qualquer caso, é necessário iniciar o tratamento de imediato, ou seja, aos primeiros sinais da doença, porque só desse modo este será mais eficaz.

Nenhum psiquiatra negará que a farmacoterapia moderna tornou o tratamento da depressão consideravelmente mais fácil e mais rápido. Entretanto, ela não tornou a psicoterapia supérflua. Se a depressão for tratada simplesmente com drogas, o paciente amiúde se sente uma pessoa desprezível. Ele sofre como pessoa, de modo que quando o tratamento consiste simplesmente em comprimidos e injeções, ele fica com a impressão de que não esta sendo tratado por médicos, e sim por veterinários (Frase usada por Manfred Bleuler em um simpósio que correu no hospital psiquiátrico da Universidade de Zurique15).

  1. Os fármacos antidepressivos16 atuam sobre os sistemas do cérebro que regulam a transmissão nervosa e, concretamente, sobre os neurotransmissores serotonina e noradrenalina, que estão diretamente envolvidos na origem da depressão. O princípio que está na base do seu funcionamento é o de aumentar o nível desses mediadores químicos, potencializando os seus efeitos em nível cerebral e reequilibrando, no tempo, os mecanismos neuronais alterados pela doença. Na prática, os fármacos impedem que a serotonina e ou a noradrenalina sejam absorvidos pelos neurônios que as produzem, de modo a poderem chegar ao destino, designadamente aos neurônios que devem recebê-la. Isso faz com que os dois neurotransmissores consigam desempenhar corretamente a sua função, que consiste em transportar mensagens eletroquímicas entre os neurônios. Normalmente, os fármacos são eficazes em cerca de 80% dos casos de depressão, independentemente da causa que se encontra na sua origem. A ação dos fármacos começa a ter os seus primeiros resultados após um período que varia entre duas e três semanas de administração diária, podendo ser necessária uma administração mais prolongada para obter o máximo de eficácia.

Pérsio Gomes de Deus17 observa que:

Temos, então, atualmente, no mercado, uma gama de medicamentos que abrange com eficácia basicamente todos os tipos de depressão: a) depressão devida a alterações predominantes da serotonina tem os IRSS, os inibidores seletivos da re-captação de serotonina; b) depressão devida a alterações predominantes em serotonina e noradrenalina tem os IRSNs ou os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina; c) depressões devidas a alterações predominantes em noradrenalina e dopamina possuem a bupropiona ou inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina; d) depressões com alteração de vários mediadores químicos combinados têm os tricíclicos.

Solomon apresenta os principais medicamentos utilizados no tratamento da depressão:

Quatro classes de antidepressivos estão disponíveis atualmente. A mais popular são os IRSs, que acarretam níveis mais altos de serotonina no cérebro. Prozac, Luvox, Paxil, Zoloft e Celexa são todos IRSs. Os tricíclicos, assim denominados por sua estrutura química, afetam a serotonina e a dopamina. Elavil, Anafranil, Norpramin, Tofranil e Pamelor são todos tricícliclos. Os inibidores da monoamiooxidase (IMAOs) inibem o colapso da serotonina, dopamina e norepinefrina. Nardil e Parnate são ambos IMAOs. Outra categoria de drogas que operam em sistemas neurotransmissores múltiplos é chamada de Antidepressivos Atípicos18.

Na categoria dos antidepressivos atípicos estão: Asendin, Welbutrin, Serzone e Efexor. Esses são considerados inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina. Dentre esses o mais utilizado é a bupropiona, com o nome no mercado de Wellbutrim e Zetron. Tal medicação é controlada, produz riscos de dependência química e somente deve ser utilizada mediante prescrição e acompanhamento médico.

c) Tratamento Psicoterápico19. A depressão produz alterações neurológicas, bioquímicas e psicológicas. Na crise de depressão, o paciente deve ser encaminhado para a psiquiatria. Após a necessária e devida medicação, deve ser encaminhado também para o tratamento psicológico. O tratamento psicológico é recomendado especialmente quando o remédio começa a produzir seus efeitos e o paciente principia a melhorar. Fierz afirma que:

Ademais, o problema psicológico ligado à depressão não é solucionado com drogas, sendo, com frequência simplesmente reprimida, o que naturalmente, não pode ser bom para o prognóstico a longo prazo. Por conseguinte, a aceleração do tratamento através do medicamento exige particular cuidado e atenção da parte do terapeuta. Quando a depressão regride, o problema psicológico (o pequeno peixe) pode emergir repentinamente, mas também pode desaparecer de novo, igualmente de repente. É por isso que temos que ter em mente o princípio hipocrático: “A arte é longa, porém o momento é efêmero20.

A psicoterapia é definida como qualquer método de tratamento das desordens psíquicas ou corporais que utilize meios psicológicos e, mais precisamente, a relação entre o terapeuta e o doente. Inclui nesta categoria a hipnose, a sugestão, a reeducação psicológica, a persuasão, o aconselhamento e a análise etc. Existem várias alternativas de psicoterapias, neste trabalho destacaremos apenas três: terapia cognitiva comportamental, psicoterapia psicanalítica e psicoterapia analítica de Carl Gustav Jung21.

1) Psicoterapia Analítica de Carl Gustav Jung22. Este modelo leva o paciente a compreender as causas e o sentido da depressão. Busca não só o porquê do sofrimento; busca também o para quê! Na análise junguiana, o paciente precisa compreender a necessidade de reformular suas atitudes perante à vida cotidiana. Essa reformulação envolve as atitudes relacionadas a seguir: retirar-se da pressão da vida cotidiana; buscar o essencial por meio da contemplação e da meditação. Buscar o centro de si mesmo e da própria existência; adentrar o medo até ver ruírem as defesas que causam a repressão da energia e produzem a depressão; aprender a enfrentar e responder aos desafios da existência humana; aceitar a mortalidade do corpo e a imortalidade da alma; acordar para as próprias necessidades; reconciliar-se com o biorritmo próprio; encontrar o sentido da vida para dar vazão à energia represada, aceitar conscientemente os próprios papéis sociais; procurar resolver os problemas do sono; criar uma rotina para si mesmo e cumpri-la; encontrar formas saudáveis para expiar as próprias culpas, sejam reais ou imaginárias.

A análise junguiana23 é um relacionamento dialético de longo prazo, no mínimo dois anos de duração. Consiste em um trabalho dirigido para a investigação do inconsciente do paciente, seus conteúdos e processos, a fim de aliviar uma condição psíquica sentida como problemática para a vida cotidiana, posto que já interfere nas relações, no trabalho, na administração do tempo e, até mesmo, nos estudos do paciente.

A depressão pode ser neurótica ou psicótica. Embora tenha sempre como ponto de partida a queixa do paciente, a análise procura envolver a história de vida, o presente e o futuro dentro do contexto da pessoa analisada. O analista, busca compreender o sintoma apresentado dentro do processo de individuação vivenciado pelo sujeito.

Realmente é impossível fazer o tratamento da alma e da personalidade humana, isolando umas partes do resto. Nos distúrbios psíquicos talvez apareça com maior clareza do que nas doenças físicas, que a alma é um todo, onde tudo depende de tudo. Com a sua neurose, o doente não nos põe em presença de uma especialidade, mas de toda uma alma, e com ela, de todo um mundo; essa alma depende dele, e sem ele nunca será possível entendê-la satisfatoriamente. 24

A análise junguiana25 procura reforçar aquilo que ainda existe de saudável e bom no sujeito. Procura fortalecer seus vínculos familiares, suas crenças religiosas, e tem por objetivo dialético adaptar o sujeito ao seu mundo e transformar a consciência do indivíduo para que este participe do processo de transformação alquímica e espiritual de sua existência. A análise junguiana postula uma posição positiva em relação à família, ao grupo social e à própria religião do sujeito.

Muitas vezes me perguntaram qual era meu método psicoterapêutico ou analítico; não posso oferecer uma resposta unívoca. Cada caso exige uma terapia diferente. Quando um médico me diz que “obedece” estritamente a este ou àquele “método”, duvido de seus resultados psicoterapêuticos. […] As psicoterapias e as análises são tão diversas quanto os indivíduos. Trato cada doente tão individualmente quanto possível, pois a solução do problema é sempre pessoal. […] Uma solução falsa para mim pode ser justamente a verdadeira para outra pessoa. […] Cada doente exige o emprego de uma linguagem diversa. Assim, numa análise, posso falar uma linguagem adleriana, em outra, uma linguagem freudiana26.

No processo de análise, considera-se a existência dos mitos, símbolos, ritos e arquétipos pessoais a fim de integrá-los na consciência dentro do processo de cura. Este processo visa estabelecer uma relação terapêutica que integra na consciência do sujeito sua experiência objetiva e subjetiva, seus traumas e complexos na relação com o analista. Considera-se ainda a importância dos arquétipos para a estrutura da mente e da personalidade do sujeito.

Diferentemente da psicanálise, a psicologia analítica de Carl Gustav Jung considera a transferência e a contratransferência como duas faces de uma mesma moeda no trabalho de análise. Jung identificou, em 192927, quatro estágios no processo de análise: a catarse ou estágio da escuta ou confissão; a elucidação ou interpretação do material confessado; a educação e; a transformação.

  1. O primeiro estágio é a catarse, ab-reação ou purificação. Essa seria na verdade a aplicação científica de uma práxis religiosa, ou seja, a confissão. A confissão serve para aliviar as tensões do sistema nervoso central, colocando o sujeito que confessa de volta à comunidade dos homens.

  2. A fase de interpretação ou elucidação visa trazer à consciência a mensagem que está sendo, dia após dia, comunicada pelo sintoma. O sintoma é encarado como a linguagem de um trauma ou mesmo de um conflito ético, moral ou espiritual que está emergindo na consciência do sujeito.

  3. A terceira etapa consiste na educação. O paciente é instigado a viver de acordo as possibilidades e os limites de sua descoberta pessoal no processo de análise. Esta fase assemelha-se ao conceito psicanalítico de elaboração.

  4. E finalmente a transformação que corresponde às mudanças que devem ocorrer na vida do paciente a partir do processo de análise. Este processo deve ser vivenciado pelo paciente sabendo que cada um sabe os seus limites. O contato e a vivencia da reliadade não é uma tarefa fácil para aquela que tem a depressão como fuga da realidade.

O terapeuta precisa transmitir calma e tranquilidade ao seu paciente que sofre de depressão28, encarando ele próprio a depressão como um fenômeno tipicamente humano. Só as pessoas inteligentes e sensíveis sofrem desta moléstia.

O paciente precisa obedecer a uma rotina em seu dia a dia. A depressão desorganiza o sentido e a percepção do tempo. A rotina é importante para lhe devolver este sentido. Diz Fierz:

Deve ser estabelecido um programa cotidiano durante o tratamento, se possível em série com a terapia ocupacional. Em sua depressão desestruturada, o paciente caiu ‘fora do tempo’, por assim dizer, e é por isso que as horas que dividem o dia precisam se tornar novamente visíveis29.

Em uma atitude absolutamente fenomenológica, o paciente precisa compreender cada sintoma que apresenta à luz da sua depressão. A compreensão dos sintomas como próprios do quadro depressivo auxilia o paciente e pode minorar o seu sofrimento psíquico. Ainda Fierz:

O paciente precisa ser repetidamente examinado, e os sintomas observados devem ser descritos e explicados para ele várias vezes. Por exemplo, se o paciente descobrir que o terapeuta sabe como os deprimidos podem se sentir fisicamente fracos, ele sentirá que é compreendido. Em geral, através de exames e explicações, devemos tentar fazer com que o paciente perceba os aspectos comuns e típicos do seu estado, visto que ele se sente ameaçado por algo estranho e incompreensível30.

Caso 1

Identificação: Chamaremos a cliente de S31.

Idade: 30 anos.

Sexo: Feminino.

Estado civil: Solteira.

Religião: Protestante.

S entrou em meu consultório sem marcar entrevista com antecedência e disse que já havia passado com seu carro em frente a ele mais de dez vezes e, no entanto, não tivera coragem de parar e entrar. Hoje vencera essa dificuldade e lá estava para contar a sua vida. S afirmou que tivera uma vida normal até a adolescência: era tudo alegria, muitos sonhos, projetos e amigos, mas há cerca de cinco anos sua vida mudou completamente: encontrava-se doente e deprimida.

S continuou dizendo que sentia que a sua vida começou a mudar para chegar até o ponto que se encontrava hoje, depois que começou a atender as exigências da sua mãe no sentido de romper com as suas relações de amizade e viver em função de sua família e de sua Igreja.

A família de S é constituída de seu pai, sua mãe, irmãos casados e uma irmã solteira. Sua família poder ser entendida como uma constelação familiar complexa e disfuncional, segundo a abordagem junguiana. Se não vejamos:

O pai de S é ministro de música da Igreja há mais de vinte anos. É viciado em álcool, vício que nunca conseguiu largar. O universo social dele restringe-se ao coral e ao atendimento aos problemas de sua família. Segundo S, em casa, ele é um homem fechado. Não se comunica com ninguém e, quando precisa enfrentar algum problema familiar, logo perde o controle e o equilíbrio emocional, com explosões de ira que são interrompidas pela intervenção da mãe, sempre pacífica, submissa, polida, e claro, a favor do pai.

A mãe de S, segundo seu relato, nunca apresentou problema algum, a não ser uma mania exagerada de limpeza. Ela passa seu tempo limpando tudo e demonstra uma preocupação obsessiva com doenças que podem ser transmitidas pela falta de limpeza. Ela criou a família sem permitir sequer que um filho andasse descalço e pisasse no chão. A grande missão da mãe é com a limpeza física da casa e com a pureza moral e espiritual da família. Esta mania ela conseguiu inculcar nos filhos. Menos em S, considerada rebelde, já que sempre se rebelou contra a mania de limpeza da mãe e a agressividade desmedida do pai. S continua seu relato sobre sua mãe e afirma que esta, na verdade, é que domina a vida familiar. A agressividade do pai parece esconder uma família estruturada nos moldes matriarcais.

S afirma ainda que sua mãe conseguiu manter os filhos em uma extrema dependência. Mesmo os casados ainda não largaram a barra de sua saia. No entanto, sua mãe sempre foi uma pessoa fria em relação a dar e receber afeto familiar. Apresenta-se fechada diante dos problemas da vida, é alexítimica diante das expressões de afetos na família. Segundo relato de S, a mãe só dava algum carinho aos filhos quando se encontravam enfermos, e isso desde criança.

A queixa S procurou um psicólogo que fosse também pastor porque não queria ser tratada por um profissional não-cristão. Sua queixa principal é que, há dois anos, foi diagnosticada como sendo portadora de tuberculose e, desde então, encontra-se isolada do mundo, deprimida. Rompeu seu círculo de amizade. Vive trancada em seu quarto, longe tudo e de todos. Procurou ajuda psicológica porque seu médico acredita que a sua doença foi contraída pela falta de cuidados consigo mesma (S é de classe média e a tuberculose é considerada uma doença endêmica que geralmente se manifesta nas classes menos favorecidas no Brasil). Além disso, S afirma que adoeceu depois de uma grande fragilidade emocional.

A minha ideia sobre a doença de S é que ela é um dos membros sintomáticos, um representante de uma constelação familiar disfuncional. Sua doença medrou, desenvolveu-se e manifesta-se por força de conflitos familiares e pessoais intensos, expressando padrões inadequados de interação familiar e de comportamento pessoal. 32. É bom lembrar que S afirmou que sua mãe só expressava afeto quando um dos filhos encontrava-se enfermo. Quando S era criança, era comum os irmãos, competirem entre si para ver quem estava com a maior doença, pois só assim poderiam receber maior afeto da mãe. Por esse motivo, não é estranho o fato de todos os irmãos de S apresentarem algum tipo de enfermidade hoje, na vida adulta.

Estratégia de tratamento A abordagem em psicoterapia embasada na psicologia analítica de Carl Gustav Jung33 focará os aspectos relevantes dos sintomas atuais vivenciados por S, tal como a sua depressão, seu isolamento social e os sintomas psicossomáticos, sem desprezar, contudo, fatores relevantes relacionados à direção da libido de S, tais como repressão da sexualidade e agressividade. Este material será tratado segundo o modelo apresentado por Jung34 (1988), segundo o qual a psicoterapia evolui nas seguintes fases: a confissão, a interpretação, a elaboração e, finalmente, a educação do cliente. Estas fases podem ocorrer, todavia, em uma única sessão.

Na fase da confissão, escutamos as repetidas queixas de S sobre a falta de compreensão de seus pais para com suas necessidades afetivas, e podemos observar o quanto S havia regredido, a ponto de reclamar dos seus pais, aos trinta anos, a mesma atenção requerida por uma criança. S deixou claro que seu isolamento era uma fuga para seus problemas e, por diversas vezes, manifestou o desejo de abandonar o tratamento, evidenciando, desse modo, a sua desconfiança no tratamento e no terapeuta.

Na medida em que a confissão de S foi evoluindo, ela foi se sentindo mais confiante, até o ponto de trazer o relato sobre um caso amoroso que mantivera com um homem da Igreja, dez anos mais velho do que ela.

S prosseguiu o relato dizendo que gostaria de ter um filho, mas não queria se casar porque não era uma pessoa convencional. Preferia ser a outra… Há cerca de três anos manteve um relacionamento extraconjugal com um homem da Igreja, mas deixou bem claro que seria uma relação fora dos padrões convencionais, uma amizade colorida, por isso não deu nenhuma satisfação do seu relacionamento para ninguém e ficou estabelecido que não haveria nenhum compromisso formal nesse relacionamento. O relacionamento ficou apenas no âmbito do conhecimento dos dois: ela e o seu parceiro. Esse relacionamento durou mais de quatro anos e S estava profundamente envolvida com o mesmo, quando, um belo dia, ao chegar a Igreja, encontrou o seu namorado especial com outra jovem. Algum tempo depois, ele se casou com esta jovem, e só então S compreendeu que a relação era mais séria e profunda do que ela pensava. Entretanto, o casamento não interrompeu o relacionamento. Este ficou apenas mais secreto (sic). Mas agora sentia que o casamento, com a natural existência da esposa do seu amante, impossibilitava a realização do seu desejo secreto de permanecer com ele.

Quero registrar aqui a opinião de Jung35 (1991), segundo a qual, quando a libido investida no objeto do amor perde esse objeto, essa libido introjeta-se no indivíduo produzindo disfunções psicológicas e especialmente a depressão. Essa opinião de Jung é corroborada por Grodeck36 (1990), para quem o sintoma pode ser uma forma do inconsciente comunicar-se com o paciente para expressar, por meio do simbolismo do sintoma, o seu estado moral, espiritual e patológico37.

No desenvolvimento da análise, S teve um insight. Descobriu uma profunda identificação projetiva com seu pai, pois, segundo ela, diante de alguma dificuldade familiar o mesmo se tranca e reage explodindo com a família. S percebeu que, após o rompimento do namoro, ela se fechou para o mundo, rompendo com seus amigos e, assim, realizando um antigo desejo de sua mãe de isolamento dos filhos do mundo.

S percebeu também que ficou gravemente enferma não apenas em funções da perda do objeto do seu amor, mas também como forma de obter o afeto da família, já que esta não poderia tomar conhecimento do seu caso com um homem mais velho da igreja e do desfecho desse amor, visto o mesmo ser secreto. S é evangélica desde o nascimento o que levanta outra hipótese relevante: ela pode ter adoecido também em função do sentimento de culpa.

S perseverou no atendimento e deu início à fase de elaboração, quando começou a perceber que muito da sua enfermidade e depressão está relacionada com as dificuldades da sua família e o modo como ela própria vem se relacionando com os problemas atuais, fugindo do mundo para não sofrer nenhuma decepção ou para não se contaminar, à semelhança de sua mãe.

S vem tentando compreender também os motivos pelos quais contraiu a tuberculose. Descobriu ser a única que gozava de boa saúde na família. Ficar doente tornou-a semelhante em termos de saúde aos outros irmãos, já que até dois anos atrás S não apresentava nenhum sintoma físico.

Após a fase de elaboração, S demonstrou uma intensa resistência, falando sempre em abandonar o atendimento. Até que, um dia, ela expressou que, depois do seu desenlace amoroso, havia perdido completamente a confiança nas pessoas. Agora estava deprimida. A depressão acentuou-se, deu lugar ao aparecimento de uma forte agressividade dirigida para a figura do terapeuta, representante simbólico da figura paterna.

Nesta fase do tratamento, S descobriu que ainda tem uma vida para viver. Numa das entrevistas, por volta da décima segunda, ela disse textualmente: “A maior descoberta que fiz em minha análise foi que estou viva. Viva!” – repetia enquanto esboçava um largo sorriso.

S encontra-se na fase de educação ou reeducação, isto é, tentando conviver com suas descobertas e redirecionar o curso da sua libido para objetos fora do ambiente familiar. Sua depressão diminui. Ela iniciou um curso preparatório para prestar um concurso público e fez um curso de pós-graduação. É visível o investimento afetivo que ela vem fazendo neste curso e como, inclusive, vem se mostrando preparada para a possibilidade de fracasso na primeira vez que prestar o concurso, o que é um bom sinal. S também vem retomando sua vida afetiva, reatando antigas amizades e, atualmente, vem discorrendo sobre as suas necessidades amorosas, embora ainda não se sinta preparada para iniciar um relacionamento. S encarou o tratamento contra tuberculose de modo sério. Dois anos depois, recebeu alta. S não pretende se casar, contudo não mais busca relacionar-se com homens casados. Desistiu de ser a outra. Pretende ser ela mesma. Assumir seu lugar no mundo.

Caso 2

Identificação: Chamaremos o cliente de R.

Idade: 39 anos.

Sexo: Masculino.

Estado civil: Casado.

Religião: Protestante.

O paciente, professor universitário, ministro do evangelho, vive uma crise em sua vida religiosa, seu casamento e sua profissão. Os sintomas de R são: insônia, irritação, apatia, esgotamento físico e mental. Sintomas típicos de um quadro depressivo. Sua queixa principal é a dificuldade de relacionamento com sua mulher, com os filhos e com a Igreja. (Mulher filhos e Igreja, todos simbolicamente representam sua família).

R está casado há quinze anos e está vivenciando aquela crise típica que antecede a passagem da primeira para a segunda metade da vida, geralmente chamada de crise da meia idade. Este é um momento precioso para a vida humana.

Nesta crise o sujeito pode ter a sensação de que o mundo está ruindo aos seus pés. Sente-se inadequado. Parece que nada dá mais certo em sua vida. Precisa buscar novos caminhos, novas alternativas, mas não sabe exatamente quais. Fica paralisado pela descoberta de que as estruturas herdadas da sua família de origem, que sustentaram tão bem sua vida até ali, já não lhe servem mais. Precisa descobrir suas próprias estruturas, afirmá-las perante a vida; contudo, falta-lhe força necessária para isso. Permanece paralisado diante do novo e assustador momento que a segunda metade da vida representa. Subiu a montanha da existência até aqui. Agora divisa o horizonte… Sabe que a decida é longa e penosa. Então, fica deprimido.

Neste caso a depressão pode ter duplo sentido: significa preparação para o doloroso rito de passagem da maturidade para a velhice, que aos quarenta anos já pode ser enxergada a distância; e pode representar também a preservação da energia necessária para fazer a segunda etapa da sua viagem.

Após dois anos de análise, R narrou o seguinte sonho:

Sonhei que eu criava um casal de avestruz. A avestruz pôs um ovo e o deixou sobre algumas pedras. Eu fiquei olhando as avestruzes até divisar o ovo. Fui até onde o ovo estava e o apanhei na mão direita. Enquanto eu o segurava, ele pulsava na minha mão como se um coração estivesse batendo dentro dele38.

Iniciaremos o nosso estudo verificando os simbolismos dos elementos principais desse sonho: as pedras, a avestruz e o ovo de avestruz. Sobre o simbolismo da pedra, Lexikon39 (1990) afirma:

Em muitas culturas, a pedra desempenha um papel simbólico significativo. A veneração dos meteoritos é, sobretudo, bastante difundida, por serem “pedras caídas do céu”; eram tidos como expressão simbólica de uma união do Céu com a Terra. Por sua dureza e imutabilidade a pedra relaciona-se frequentemente com poderes eternos, imutáveis e divinos, sendo vista quase sempre como a expressão da força concentrada. Mas, apesar da sua solidez, ela não é vista como algo inerte e sem vida, mas sim como algo nutriente; no mito grego, por exemplo, os homens nascem, após o dilúvio, das pedras semeadas por Deucalião. Muitas pedras, geralmente meteoritos, eram consideradas como doadoras de fertilidade e produtoras de chuva; as mulheres estéreis se esfregavam nelas quando desejavam ter filhos;n a primavera ou nos períodos de seca, faziam-se oferendas a elas a fim de atrair a chuva e garantir uma boa colheita. […] Uma pedra negra e sagrada fazia parte do culto à deusa-mãe Cibele. O núcleo central da vida ritual do islamismo é um aerólito negro,o Hadschar al-aswad, encastoado na Caba de Meca. A Bíblia concebe o rochedo e a pedra qualidade de símbolos de força protetora de Deus. Cristo mesmo é a ‘pedra angular’.

Quanto a Avestruz, afirma Lexikon40 (l990):

As penas da avestruz eram consideradas pelos egípcios símbolos da justiça e da verdade (personificação da deusa Maat e da ordem universal). Segundo a concepção medieval da natureza, o avestruz não choca os próprios ovos, mas fixa os olhos neles até os filhotes saírem da casca. O ovo de avestruz era considerado, portanto, símbolo da meditação. Segundo outras concepções, o avestruz deixa que o sol choque os seus ovos, sendo, por isso, também um símbolo de Cristo ressuscitado por Deus. O ovo da avestruz simboliza também a gravidez imaculada de Maria.

Sobre o ovo mesmo, por ser o germe da vida, é um símbolo muito difundido da fecundidade. Lexikon (1990):

Nas concepções místicas de muitas culturas, encontra-se o ovo cósmico que – na qualidade de símbolo da totalidade dos poderes criadores – aparece nos primórdios frequentemente boiando nas águas primordiais; dele nascem o mundo e todos os elementos, ou seja, a princípio somente o céu e a terra. No cristianismo, o ovo é geralmente considerado símbolo da ressurreição, visto que Cristo irrompeu do túmulo como um pintinho do ovo; o ovo da Páscoa, que já desempenhava um importante papel nas festas pagãs da primavera como símbolo da fecundidade, recebeu então um significado cristão específico.41

A pedra sobre a qual repousa o ovo pode significar a base moral, espiritual e material construída por este sonhador nos primeiros quarenta anos da sua vida, posto que o mesmo desenvolveu desde a tenra idade um profundo relacionamento com Deus. É bom lembrar que, no Novo Testamento, Cristo é apresentado como a Pedra Angular, a primeira pedra, por assim dizer, sobre a qual deverá ser construído o caráter do homem de Deus, a fim de que este seja integrado como pedra viva no tempo de Deus, o seu povo, a comunidade dos homens.

De fato o sonho do nosso paciente encontra-se carregado de significado. O ovo que pulsa em suas mãos pode significar a introjeção da energia psíquica, o que pode estar subjacente aos processos psíquicos da sua depressão. A energia que deveria ser investida nas atividades da vida cotidiana encontra-se aprisionada no ovo que pulsa. A angústia nestes casos é uma forma de consumir esta energia autoinvestida. O ovo que pulsa pode se referir a sua própria vida, que busca tomar um novo sentido em contato com a experiência primordial do amadurecimento psíquico que se aproxima. Ele prefigura o ressurgimento da sua espiritualidade, agora coroada pelo amadurecimento da fé da segunda metade da vida, que é uma fé mais universal, mais transcendente.

Ao final de dois anos de análise, R conseguiu superar aquelas dificuldades para assumir as grandes responsabilidades próprias da maturidade. Quinze anos depois desse sonho, R continua casado. Criou seus filhos. Integrou-se em sua profissão e, às vezes, ainda sofre de uma depressão leve que em nada prejudica sua vida. Posteriormente, R submeteu-se há mais quatro anos de análise, a fim de desenvolver o autoconhecimento.

2) Terapia cognitiva comportamental42. Tem por objetivo colocar em evidência hábitos, comportamentos e pensamentos que possam favorecer o aparecimento de sintomas depressivos e procura convencer o deprimido a modificar o curso dos acontecimentos, de forma a superar as suas próprias dificuldades. Ajuda a examinar os pensamentos e a visão da realidade e tem por objetivo modificar os pensamentos pessimistas.

De acordo com o modelo cognitivo, o indivíduo deprimido apresenta um padrão de pensamento negativista em relação a si mesmo, em relação ao mundo e em relação ao futuro. Ele se percebe como defeituoso, inadequado e, por isso, considera-se indesejável e sem valor. Percebe o mundo como cheio de obstáculos insuperáveis e se vê derrotado diante das suas experiências. Além disso, prevê um futuro negro, cheio de sofrimentos, frustrações e perdas.

A terapia cognitiva busca produzir mudanças no pensamento e no sistema de crenças do cliente, com o objetivo de promover mudanças emocionais e comportamentais duradouras. Procura ainda ajustar o sujeito a si mesmo e ao mundo. Os princípios que norteiam esta técnica psicoterápica são: a) ênfase na aliança terapêutica; b) seu caráter educativo, isto é, ensina o cliente a ser seu próprio terapeuta; c) baseia-se no estabelecimento de metas e focos de tratamento específico para resolver determinados problemas; d) revisão de todo o sistema e crenças e comportamentos que estão relacionados à emissão do comportamento que está sendo tratado.

3) Psicoterapia Psicodinâmica Psicanalítica43. Inicialmente formulada por Sigmund Freud44 e posteriormente desenvolvida por Lacan e Melanie Kline, esta técnica baseia-se no conceito de inconsciente. O analista ou psicoterapeuta buscará desenvolver no paciente uma aliança terapêutica com vista ao desenvolvimento do amor transferência. Somente após o estabelecimento do amor transferencial, fruto da neurose de transferência45, é que a análise se inicia. O trabalho buscará compreender o sentido e a linguagem dos sintomas para que a repressão seja resolvida, a fim de que o paciente expresse em palavras a situação traumática que deu origem ao sofrimento. Baseia-se na análise da palavra ou livre associação verbal.

O paciente fala livremente e, por meio da sua fala, o analista busca encontrar a lógica do inconsciente. Para um estudo mais aprofundado sobre a técnica freudiana46, fazemos referencia aos três artigos de Sigmund Freud47, os quais devem ser encarados como paradigmas para a compreensão da sua técnica. São eles: Um capítulo sobre a técnica, publicado em 1904; O caso Dora, publicado em 1905; e Sobre psicoterapia, publicado em 1905. Fenichel sugere o curso do trabalho psicanalítico na clínica da depressão.

Difere muito dos casos de depressões neuróticas para os de psicose maníaco-depressiva a perspectiva terapêutica da psicanálise. Quanto à depressão neurótica, os casos mais brandos não necessitam tratamento especial; solucionados os conflitos infantis básicos, no decurso da análise da neurose principal, solucionam-se automaticamente os sentimentos neuróticos da inferioridade, produzindo-se harmonia relativa com o superego48.

Existem outros modelos psicoterápicos para o tratamento da depressão. Esses, todavia, não serão citados neste texto por escaparem aos objetivos deste trabalho.

Considerações Finais

As pesquisas sobre depressão no contexto da religião ainda são escassas no Brasil. Este trabalho busca contribuir para preencher essa lacuna, haja visto, que cada vez mais os quadros depressivos e aspectos próprios da experiência religiosa encontram-se intimamente relacionados e, por vezes, são confundidos tanto pelos religiosos quanto por alguns profissionais da medicina e da psicologia. Esta confusão pode ser potencializada quando o profissional de saúde comunga da mesma fé religiosa que o seu paciente.

A relação entre doença mental e experiência religiosa foi trabalhada por Carl Gustav Jung e abriu a possibilidade de um diagnóstico diferencial entre saúde mental e vivencias puramente espiritual49. As vivências espirituais não podem ser confundidas com os quadros as psicopatologia. Por outro lado as afecções psicopatológicas não podem ser consideradas vivencias espirituais. É isso que discutimos nesta pesquisa em relação a depressão.

Este texto desvela um pouco da concepção primitiva de doença mental na história da medicina e da psiquiatria. Corrobora a concepção de Jung50 sobre a mente do homem primitivo e abre a discussão sobre mente primitiva do homem moderno.

Jung51 demonstrou ainda que a doença mental e a experiência religiosa apresentam rituais e práticas muito semelhantes na sua evolução, especialmente naqueles casos da esquizofrenia. Essa proposição de Jung foi demonstrada pelas pesquisas de Nise da Silveira 52com mais de uma centena de pacientes em mais de quatro décadas, e hoje se encontram no acervo do Museu das Imagens do Inconsciente no Hospital Pedro II.

Jung postula que a doença mental é a melhor condição da mente humana diante da realidade. A mente adoece para preservar sua própria psique, a sobrevivência da sua mente. Depressão está ligada à repressão em seus aspetos regenerativos e enriquecedores. A energia psíquica volta-se para o próprio indivíduo em um processo forçado de introversão. A energia introjetada fica represada e precisa ser consumida no sofrimento, na dor, na angústia produzindo a depressão.

Este pesquisador tem consciência de que alguns aspectos do texto precisam ser aprofundados e comprovados empiricamente. Essas comprovações podem ser levadas a cabo por outros pesquisadores, que poderão inclusive explicitar melhor as relações entre religião e depressão e mesmo esclarecer aspectos ligados à fase de mania dos transtornos bipolares, que foram deixados de lado neste texto.

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3 JUNG, Carl Gustav. A dinâmica do inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1998, p. 28.

4 JUNG, Carl Gustav. A dinâmica do inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1998, p. 16.

5 BYINGTON, Carlos Amadeu Botelho. “Transcendência e totalidade”. In: Viver mente e cérebro, n. 2 [Coleção memória da psicanálise]. Jung, a psicologia analítica e o resgate do sagrado. São Paulo: Duetto, 2006, p. 8.

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7 BYINGTON, Carlos Amadeu Botelho. “Transcendência e totalidade”. In: Viver mente e cérebro, n. 2 [Coleção memória da psicanálise]. Jung, a psicologia analítica e o resgate do sagrado. São Paulo: Duetto, 2006.

8 JUNG, Carl Gustav. A dinâmica do inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1998, p. 24-25.

9 JUNG, Carl Gustav. Estudos psiquiátricos. Petrópolis: Vozes, 1994, vol. 1, p. 199-219.

10 Fierz, Heinrich Karl. “Amor e psique”. In: Psiquiatria Junguiana. [Trad. Cláudia Gerpe Duarte]. São Paulo: Paulus, 1997, p. 370-371.

11 JUNG, Carl Gustav. A prática da psicoterapia. Contribuição ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência. [Trad. Maria Luiza Appy]. Petrópolis: Vozes, 1988, p. 373-473.

12 FIERZ, Heinrich Karl. “Amor e psique”. In: Psiquiatria junguiana. [Trad. Cláudia Lopes Duarte]. São Paulo: Paulus, 1997, p. 370-371.

13 FIERZ, Heinrich Karl. “Amor e psique”. In: Psiquiatria junguiana. [Trad. Cláudia Lopes Duarte]. São Paulo: Paulus, 1997, p. 370-373.

14 DEUS, Pérsio Ribeiro Gomes de. A influência do sentimento religioso sobre cristãos portadores de depressão. Dissertação de mestrado apresentada ao programa de Pós-graduação em Ciência da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie em junho de 2008.

15 FIERZ, Heinrich Karl. “Amor e psique”. In: Psiquiatria junguiana. [Trad. Cláudia Lopes Duarte]. São Paulo: Paulus, 1997, p. 374.

16 Disponível em: <http://www.pfizer.pt/saude/nerv_dep_curas.php>. Acesso em 26 abr. 2009.

17 DEUS, Pérsio Ribeiro Gomes de. A influência do sentimento religioso sobre cristãos portadores de depressão. Dissertação de mestrado apresentada ao programa de Pós-graduação em Ciência da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie em junho de 2008.

18 SALOMON, A. O demônio do meio-dia. São Paulo: Objetiva, 2002, p. 108.

19 KAPLAN, Benjamin; SADOCK, J.; GREBB, J. A. Compêndio de psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997, p. 320-324.

20 FIERZ, Heinrich Karl. “Amor e psique”. In: Psiquiatria junguiana. [Trad. Cláudia Gerpe Duarte]. São Paulo: Paulus, 1997, p. 370-374.

21 JUNG, Carl Gustav. A prática da psicoterapia. Contribuição ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência. [Trad. Maria Luiza Appy]. Petrópolis: Vozes, 1988, p. 373-473.

22 Ibidem.

23 T. DAWSON; P. YOUNG-EISENDRATH. Manual de Cambridge para estudos junguianos. [Trad. Daniel Bueno]. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002, p. 183-212.

24 JUNG, Carl Gustav. A prática da psicoterapia. Contribuição ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência. [Trad. Maria Luiza Appy]. Petrópolis: Vozes, 1988, p. 91.

25 Ibid, p. 373-473.

26 JUNG, Carl Gustav. Memórias sonhos e reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1963, p. 120.

27 JUNG, Carl Gustav. A prática da psicoterapia. Contribuição ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência. [Trad. Maria Luiza Appy]. Petrópolis: Vozes, 1988, p. 98

28 FIERZ, Heinrich Karl. “Amor e psique”. Psiquiatria junguiana. [Trad. Cláudia Gerpe Duarte]. São Paulo: Paulus, 1997, p. 141-142.

29 Ibid, p. 372.

30 FIERZ, Heinrich Karl. “Amor e psique”. Psiquiatria junguiana. [Trad. Cláudia Gerpe Duarte]. São Paulo: Paulus, 1997, p. 372.

31 Anotações dos fragmentos de uma análise usados com o consentimento do sujeito. Publicados de acordo com os procedimentos para pesquisas com seres humanos do Ministério da Saúde.

32 RAMOS, Magdalena et alli. A família como paciente. São Paulo: Editora Escuta, 1994, p. 95-123.

33 JUNG, Carl Gustav. A prática da psicoterapia. Contribuição ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência. [Trad. Maria Luiza Appy]. Petrópolis: Vozes, 1988.

34 Ibidem.

35 JUNG, Carl Gustav. Símbolos da transformação. Rio de Janeiro: Vozes, 1986, p. 130-157.

36 Ibidem.

37 GRODDECK, Georg. O livro disso. São Paulo: Perspectiva, 1984, p. 1-7.

38 Anotações dos fragmentos de uma análise usados com o consentimento do sujeito. Publicados de acordo com os procedimentos para pesquisas com seres humanos do Ministério da Saúde.

39 LEXIKON, Herder. Dicionário de símbolos. São Paulo: Cultrix, 1990, p. 156.

40 LEXIKON, Herder. Dicionário de símbolos. São Paulo: Cultrix, 1990, p. 29.

41 Ibid, p. 152.

42 RANGÉ. B. et alli. Psicoterapias cognitivo-comportamentais, um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001, p.50-51; 287-316; 275-287.

43 KHAN, M. MASUD. Psicanálise, teoria, técnicas e casos clínicos. [Trad. Glória Vaz]. Rio de janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 1977, p. 117-160.

44 FREUD, Sigmund. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1972, Vol. VII, p. 3-30.

45 STEIN, Murray; SCHWARTZ-SALANT, Nathan. Transferência e contratransferência. [Trad. Marta Rosas de Oliveira]. São Paulo: Cultrix, 2005.

46 WOLMAN, B. B. A técnica freudiana. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 1-45.

47 FREUD, Sigmund. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1972, Vol. VII.

48 FENICHEL, Otto. Teoria psicanalítica das neuroses. [Trad. Samuel Penna Reis]. Rio de janeiro: Livraria Atheneu, 1981, p. 384-385.

49 JUNG, Carl Gustav. Psicologia da religião ocidental e oriental. Petrópolis: Vozes, 1980, p. 329-358.

50

51158 JUNG, Carl Gustav. Psicologia da religião ocidental e oriental. Petrópolis: Vozes, 1980, p. 329-358.

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