Inteligência Intuitiva e Inteligência Emocional

Dr. Antonio Maspoli

A palavra intuição (do latim in tueri = “ver em, contemplar”) significa um conhecimento direto, imediato, do conjunto de qualidades sensíveis e essenciais dos objetos e de suas relações, sem uso do raciocínio discursivo.

Você sabia que 90% das nossas atitudes são tomadas no inconsciente, no lado direito do hemisfério cerebral? O inconsciente planeja de forma intuitiva e probabilística. Depois, comunica ao lado esquerdo do hemisfério cerebral, a consciência. Então, a consciência produz a ação que executa a atitude. Vamos imaginar que você está dirigindo um carro, de repente você leva uma fechada e você consegue se livrar. Como acontece algo tão preciso e tão de repente? Vejamos. Se você tiver pelo menos sete segundos para tomar as atitudes corretas, para executar as ações precisas e necessárias, você salva a sua vida e da sua família. O inconsciente, que corresponde de modo geral ao lado direito do cérebro, faz todos os cálculos que precisavam ser executados para salvar a sua vida. Em seguida, comunica ao lado esquerdo do cérebro, a sua consciência. O centro de tomada de decisão do cérebro, no eixo HPA – Hipófise, Hipotálamo e Adrenal, executa a ação. Todo esse processo intuitivo de tomada de atitude levou de 7 a 10 segundos. Nesse processo citado, se você tiver de 7 a 10 segundos para fazer o que o inconsciente determinou, você salva a sua vida. Estamos falando da inteligência intuitiva.

Nesse sentido, a intuição na verdade, com a neurociência, passou ser considerada uma forma sofisticada de conhecimento. Intuição é aquele conhecimento que nasce no lado direito do hemisfério cerebral. Trata-se de um conhecimento inato, para a preservação da vida. A intuição manifesta-se quando soluciona um determinado problema, sem ter todas as cartas na mesa, sem ter todos os dados do problema na mesa. O que acontece, na intuição?

Gerd Gigerenzer (2009) afirma que o inconsciente, sobre o qual nós não temos domínio, vai juntando as pistas que estão no ambiente, nas pessoas, nos relacionamentos, nos lugares, no ambiente de trabalho, na igreja, na família, a fim de equacionar o problema a ser resolvido. Às vezes, com as pequenas pistas que as pessoas deixam, o lado direito do cérebro monta a equação completa. Soluciona o problema! E comunica ao lado esquerdo, para a execução.

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

A emoção desencadeada por determinado estímulo dá origem a programas de ações diferentes, conforme o tipo de emoção, as quais provocam alterações no rosto, no corpo ou no sistema endócrino (estratégias ativas). O corar de um rosto, a tensão muscular, a aceleração do ritmo cardíaco ou o aumento da secreção de determinado hormônio são exemplos dessas alterações fisiológicas. Damásio (cf. GOLEMAN, 1995) destaca o valor adaptativo das emoções e de sua função, na interação social, e propõe uma classificação em três tipos de emoções: de fundo (emoções mais vagas, como o entusiasmo e o desencorajamento), primárias (mais pontuais, como a tristeza, o medo, a raiva ou a alegria) e sociais (resultantes de um contexto sociocultural – como a empatia, a compaixão, a vergonha ou o orgulho).

As emoções básicas (alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa, repugnância) são consideradas universais, pelo reconhecimento através da expressão facial, sendo geradas por situações extremas e o seu contágio, entre os membros de um grupo social, um potencial catalisador de comportamentos coletivos, como atestam os protestos e as manifestações que sacudiram todo o Brasil, recentemente. Num de seus mais fascinantes e polêmicos livros, Damásio evoca o exemplo instigante de Espinosa, o qual, numa época de grande intolerância e obscurantismo, no século XVII, ousou defender a liberdade da mente humana, integrada aos seus contextos naturais e sociais, de forma a suplantar, numa democracia, “[…] o lado escuro das emoções sociais que se exprimem no tribalismo, racismo, tirania e fanatismo religioso.” (DAMASIO, 2003, p. 289).

A inteligência emocional consiste em amar a pessoa certa, na intensidade necessária e no tempo apropriado. Para isso, é preciso conhecer as próprias emoções. Isto está em conexão com as emoções e sentimentos, quando estes ocorrem. Aprender a lidar com as próprias emoções e sentimentos, independentemente de serem emoções e/ou sentimentos positivos e negativos. Integrá-los na própria consciência. Motivar-se para desenvolver o autocontrole. Aprender a modular as emoções e sentimentos. Desenvolver a habilidade dos neurônios espelhos, isto é, a capacidade de reconhecer as emoções no outro: a empatia. Ler no rosto do outro o que o outro está sentindo (GOLEMAN, 1995).

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